Do mesmo modo que adoro
os dias que começam a crescer, detesto toda a luz que os ilumina e permanece connosco
até mais tarde. Detesto a luz que
ilumina a escuridão que o inverno conseguia esconder.
Todos os anos acontece
o mesmo, o horário de inverno dá lugar ao horário de verão que se instala como
quem vai ficar para sempre, o tão ansiado horário pela luz que com ele transporta.
Mas este ano não. A ansiedade transporta com ela um misto de saudade e desilusão.
De tão ansiada, a luz contribui agora para expor o que inutilmente pretendia esconder.
Percorro as mesmas ruas
com o meu passo inseguro que me levam aos mesmos lugares que agora desconheço mas
que outrora pensava imutáveis. Volto aos locais onde não era aconselhável
voltar e recordo momentos que não voltam mais… e recordar, não é viver?
Adoro o horário de
verão da mesma forma que detesto a exposição a que me obriga a nova luz.
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