Isto de seguir modas,
opiniões, ordens ou conselhos só porque sim nunca foi a minha praia. A minha já
longa existência tem sido pautada por um sólido sentido de justiça e pela fidelidade
aquilo que gosto, rejeitando o que não gosto. Poder-se-á então dizer que sou
do contra de acordo com a sua definição mais popular, que nos diz que estar do
contra consiste em recusar seguir modas, opiniões, exemplos, ou seja o que for
desde que, na sua essência, não tenham qualquer fundamento lógico.
Desde muito novo me
habituei a ouvir, da boca de meus pais, a frase: “Este é do contra”.
Numa retrospetiva do que
já vivi, chego à conclusão de que efectivamente sempre tenho sido do contra.
Quem como eu seja
minimamente dotado de algum senso crítico e liberdade de pensamento, não admira
que se recuse a fazer seja o que for só porque todos os outros fazem.
"Vem por aqui" — dizem-me alguns
com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaço)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali... (José Régio)
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaço)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali... (José Régio)
Não surpreende que, tal
como disse o poeta, eu também diga: Não, eu não vou por aí.
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