Hoje esta foto está profusamente
divulgada em todas as redes sociais, jornais e TV e já arrefeceu a polémica
gerada aquando da sua publicação. Quando pela primeira vez foi mostrada na TV
gerou uma onda de indignação por uma parte, não sei se grande ou pequena, da
população deste quintal à beira-mar… Argumentavam esses tantos que a divulgação
de imagens como esta devia ser evitada a fim de não ferir sensibilidades mais susceptíveis.
Se por um lado compreendo esta posição, trata-se de uma imagem violenta de
grande impacto, sem dúvida, mas retrata uma realidade que não podemos, nem
temos o direito de camuflar. Há também quem considere a publicação da foto como
uma falta de respeito pela dignidade da criança! Falta de respeito pela
dignidade desta e de todas as crianças que acorrem à Europa é não mexermos uma
palha para criar condições de paz e prosperidade nos seus países de origem de
forma a não terem necessidade de abandonarem a sua pátria em precárias
condições e com risco de vida.
Ou será que teria mais
sentido vermos as imagens de milhares e milhares de migrantes mortos só daqui a
70 anos como fizemos com o holocausto dos judeus na Alemanha Hitleriana?
Perante a imagem de milhares
de mulheres, crianças e homens mortos em naufrágios ou encurralados em
autênticos campos de concentração pergunto-me: em que momento deixámos cair a
nossa humanidade e nos tornámos insensíveis ao sofrimento dos nossos
semelhantes?
Cada vez se torna mais
actual e pertinente o apelo do Papa Francisco para o “despertar das
consciências” para combater a “globalização da indiferença”.
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