Há dias em que a
gente sente que algo nos afecta mal grado a nossa vontade. Somos levados então
por aquele impulso a fazer um balanço dos acontecimentos mais recentes sem
contudo se conseguir determinar qual deles teria sido capaz de afectar o nosso
bem-estar interior. Começa então a especulação: Terá sido o desagrado de não
ser convidado para o convívio daquele jantar, ter sido ignorado naquela roda de
amigos, não ter merecido mais atenção deste familiar ou daquele amigo, por este
ou por aquele motivo… ou qualquer outro não identificado?
A custo, vai-se
fazendo os possíveis por nos convencermos de que nenhum dos motivos recordados é
de importância capital a ponto de ser capaz de abalar a nossa paz interior, nem
tampouco conseguir ferir-nos no fundo do nosso ser. Não passam afinal de meros
arranhões superficiais. Mas o simples facto de não deixar de sentir essas
agressões é já por si um motivo de desagrado, por serem um sinal de que
não somos tão imunes como pensávamos e desejávamos ser…
Há dias assim.
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