Estou farto, tão farto,
mas tão farto de estar em casa que só me apetece ignorar o frio e a chuva que
tem caído, largar as gotas oftálmicas que me condicionam as escapadelas a um
limite máximo de duas horas e mergulhar num shopping, na baixa do Porto ou em qualquer
outro lugar onde haja gente, movimento, vida…
O que mais me está a
custar neste pós-operatório da cirurgia às cataratas é a prisão a que a
aplicação dos colírios me obriga. Poderão então dizer-me por que não leva os
colírios e os aplica onde quer que esteja? Obviamente que essa seria a solução
mais inteligente não fora o facto não conseguir colocar as gotas estando em pé.
Nessa posição, são mais as gotas que escorrem cara abaixo do que as que ficam no
olho. A solução é deitar-me para colocar o colírio. E onde me deitaria estando
fora de casa, já imaginaram cena? A solução tem sido permanecer em casa, não
me afastar para muito longe…
Não sei quem é o autor
mas não resisto a citar esta frase que duma forma sucinta consegue dizer o que eu dificilmente
conseguiria mesmo com mais palavras:
“Fico tanto em casa que já me sinto parte
dos móveis”.
Na verdade, tenho permanecido tantas horas por casa que já me
confundo com a cadeira onde me sento em frente ao computador.
Estou tão farto de
estar em casa que já começo a estar farto de estar farto…
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