Quando se perde
qualquer coisa é que se lhe dá o justo valor. Das duas, uma: ou lhe sentimos
imensa falta e a considerámos insubstituível ou constatámos que afinal não nos
faz falta nenhuma e até passámos melhor sem ela. Estou a lembrar-me daquela
manhã em que perdi o meu crucifixo. Todas as manhãs lá estava ele, preso no fio
de ouro e depois de me vestir lá o colocava ao pescoço sem pensar muito nesse
gesto maquinal. Durante o dia não tomava consciência de que o estava a usar mas
nessa manhã senti-lhe a falta e constantemente tateava o pescoço para me
certificar que ele lá estava. De repente, aquele crucifixo passou a ser a
coisa mais importante naquela manhã. Foi com grande alívio e alegria que o
encontrei! Nesse momento compreendi como aquele crucifixo é importante para
mim.
Com as pessoas,
passa-se o mesmo. Quantas vezes temos uma pessoa como certa e pouco valor se
lhe atribuiu. Pensámos que estará sempre lá para nós quando bem nos apetece
conviver ou precisámos da sua ajuda. Mas basta que essa pessoa se ausente, se
afaste da nossa companhia para sentirmos o vazio que fica em vez dela… Já não
falo do caso extremo de partir deste mundo. É suficiente que se afaste de nós.
Outras pessoas há de
quem não sentimos a falta, nem sequer damos conta imediatamente da sua
ausência. É necessário que decorra algum tempo para notarmos que não estão
mais na nossa companhia.
Há dias assim em que
também sentimos a falta de nós próprios e nos damos o justo valor…
Agora imagina…
ResponderEliminarEstás para partir para férias:
Apanhas um panarício num dedo do pé;
Infecciona-te uma picada de mosquito numa perna;
Ficas com herpes…
Começas a tomar um anti-inflamatório que te dá cabo do estômago;
Começas a tomar um antibiótico que ainda te faz pior…
Há dias assim!...
Beijinhos
Olga