Sou árida paisagem ressequida
onde cresce a ilusão e a paz não mora.
Eu sou aquele que já foi outrora
o infinito e a crença hoje perdida.
Sou ave mergulhando na descida
cansada de voar o mundo fora.
Eu sou aquele rio lamacento
que corre ansiosamente para o mar
em busca do descanso de um momento.
Eu sou aquele monge a meditar
em clausura na cela do convento.
Sou o que sofre sem poder chorar.
Jorge Leal
Sem comentários:
Enviar um comentário