Não acredito, nem nunca acreditei nas
“boas intenções” do 25 de Abril. Como sempre acaba por acontecer em todas as
decisões políticas, esta revolução veio, à época, servir os interesses pessoais
de alguns…
Quanto à sua inevitabilidade, tenho as
minhas dúvidas. Penso, e não estarei muito enganado, que a transição da
ditadura para a democracia estava já a fazer-se de uma forma gradual que é, na
minha opinião, a boa maneira de fazer qualquer mudança. A mudança abrupta de um
regime para o outro instalou na população o conceito dos direitos sem ponderar
nunca que qualquer direito implica também um dever. Passamos a ser um povo de direitos adquiridos mas nada de deveres.
O resultado está à vista...
Presentemente, atravessamos um momento difícil
de sérias dificuldades em que nos são exigidos severos sacrifícios. Mas em vez
de nos manifestarmos a favor de uma distribuição equitativa dos sacrifícios,
pugnámos apenas pelos direitos adquiridos que nos estão a ser retirados…
Tal como já referi, em política, tudo
acontece em benefício de alguns e raramente a favor do bem comum. Veja-se o
caso do corte dos subsídios de férias e do 13º mês. O corte foi só para alguns…
E os salários milionários em empresas públicas…? E todos aqueles deputados na
Assembleia com bons vencimentos e direito a reformas chorudas…? Etc. Etc. …
Definitivamente não sou uma pessoa de
direita e muito menos de esquerda… Citando João Pereira Coutinho diria: Basta eu ter o respeito que tenho pelo humor para não ser uma pessoa de
esquerda."
Outro 25 de Abril? Não, obrigado. Tudo se
iria repetir de novo... Já basta ter vivido esse processo uma vez...
Há dias assim em que estamos do contra mesmo não sendo
de esquerda...
Jorge Leal
SR Prof.
ResponderEliminarmais uma vez estou de acordo com o Senhor.
Força para continuar igual.
Cumprimentos.
Luz