Às
vezes imagino-me num Lar de Idosos, por melhor que seja, sem qualquer afinidade
e pouca paciência para ouvir os utentes. Quem os vê ali “sentadinhos”, em
silêncio, a sorrir para a fotografia,
até acredita que estão todos muito satisfeitos por estar ali.
Acabar
ali, sentado numa poltrona decrépita, de molas mais que estafadas e de revestimento
gasto, a olhar sem ver o que se passa no ecrã da TV no canal mais do agrado dos
ditos cuidadores… ansiando pelo espaço “libertado” para outro candidato que vai
aproveitar aquela vaga…
O
tempo é triste e custa a passar mas é esta a triste realidade, principalmente, quando
se fica dependente dos cuidados prestados, para realizar quase todas as
funções.
Os
filhos cresceram, constituíram a sua própria família, tiveram filhos que
raramente fazem o sacrifício de visitar o(s) velhote(s).
É
esta a realidade que me espera?
Que
seja, (apesar de tudo…) o mais tarde possível… Para me alhear da triste
realidade (sem paciência) de ouvir o que passa ao redor refugio-me num livro e
voo para longe, viajo para outros mundos que só eu conheço e fujo deste mundo que
perdeu há muito a graça.
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