O Natal
já lá vai. Pelo menos, este ano, já passou.
Do que
ficou escrito, pode depreender-se que não gosto do “Natal” o que não é inteiramente
verdade. Fazendo uma retrospectiva, não encontro muitos motivos para recordar
com prazer o natal, ou seja, a quadra nunca me trouxe as melhores recordações até
ao momento presente…
Reconheço
que existe uma certa magia no ar nesta quadra o que só vem aumentar a solidão
de algumas (muitas) almas que deambulam pelas ruas desertas das vilas e cidades.
Tudo fechado, ruas desertas, gentes recolhidas no seio familiar…
E quem
não tem ou não pode ter a família por perto?
Recordo
outros natais, a infância, as prendas, quase sempre meias, cachecóis ou um par
de luvas, que o dinheiro não dava para mais e sobretudo a decoração da árvore que
nos roubava a parca presença daquela que tanta falta nos fazia.
Mais
tarde, na adolescência e na fase adulta, o natal que já pouco significava,
deixou de ter aquela magia própria do Natal. Vieram por fim, na minha vida errante,
os filhos e com eles voltou de novo a tal magia tão característica da quadra
natalícia, os presentes e os parentes mais chegados…
Recordo
com saudade esse tempo que decididamente passou. Os filhos cresceram, voaram
para longe do ninho e os parentes decidiram partir, muitas vezes sem anunciarem
essa partida. A doença também chegou sem bater à porta e os natais voltaram
aquela solidão acompanhada que já devia ser um hábito.
Resumindo,
o que não gosto no Natal é o movimento excessivo nas ruas e grandes superfícies,
o consumismo desenfreado, a louca procura da prenda que se tem de oferecer aquele
parente esquecido durante o ano.
O Natal
já lá vai mas ninguém se livra da troca de presentes que se sucede à oferta do
presente em que se finge ser a melhor prenda que se recebe. Acrescente-se o
gastar aquele dinheirinho oferecido por quem não sabe mais o que oferecer. E cá
estou eu, sentado no meu cadeirão ouvindo músicas natalícias como chamamento da
Magia perdida numa qualquer curva do caminho…
O Natal
já lá vai, segue-se um Novo Ano em que é obrigatória a diversão…
Sem comentários:
Enviar um comentário