Às vezes, faço-me de
parvo, coisa que decididamente não sou. Finjo que não entendo, que não se passa
nada, que está tudo bem…
Não se tome por
hipocrisia esta atitude. O pior que se lhe pode chamar é cobardia. Quem, pelo
menos uma vez na vida, não se fingiu de parvo por conveniência, comodismo ou
com o intuito de preservar uma dada situação?
Convenhamos que às
vezes dá jeito fingir-se de parvo. Como diria Miguel Esteves Cardoso, “Para se ser feliz é preciso ser-se um
bocado parvo.”
Conclusão,
parece que a felicidade depende em parte da capacidade de se fingir de parvo.
Contudo,
esta competência se usada com frequência, acarreta alguns perigos. Acaba por
convencer os outros de que se é mesmo parvo, mas o maior perigo, é convencer-se
a si próprio de que o é.
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