O
envelhecimento da população a nível mundial é uma realidade incontornável das
sociedades contemporâneas. O aumento da longevidade devida aos progressos da
medicina e à qualidade dos cuidados paliativos e alimentares além da diminuição da
taxa de natalidade, deu origem a uma população cada vez mais envelhecida.
Contudo, a longevidade só faz sentido enquanto acompanhada por uma qualidade de
vida a todos os níveis… Caso contrário, os idosos são confrontados com o constrangimento
de serem internados num dos muitos lares de idosos que por aí grassam como
cogumelos em tempo frio de inverno.
Envelhecer com
dignidade no nosso país, não é fácil… No fim da vida, quando as forças falham,
a saúde teima em nos abandonar, só restam duas opções: continuar a viver
sozinhos enquanto uma réstia de energia o consente ou, em casos extremos e
por vontade de familiares, o internamento num lar de idosos. Ultimamente, qual
tormenta, têm chovido notícias de idosos encontrados mortos em casa. A cada
notícia que surge na comunicação social, sentimo-nos chocados e
sub-repticiamente arranjamos forma de aliviar a culpa pensando:
manias dos velhotes, esta de morrer sozinhos! Preferem morrer abandonados em
casa do que num lar!
Chamar lar àqueles
“armazéns” requer uma boa dose de boa vontade principalmente para quem já alguma vez
os visitou. Esquecendo as deficientes condições das instalações da maioria, o
idoso é confrontado com horários rígidos e regras às quais não estava
habituado… É submetido à falta de privacidade tendo de partilhar o quarto bem como todos os espaços comuns com outros idosos que nunca conheceu antes. Para agravar ainda mais a situação, são-lhe impostas
actividades que constituem um verdadeiro insulto à inteligência dos mais
lúcidos.
Deus
nos livre e guarde de ter de recorrer ao internamento num lar de idosos…
Sem comentários:
Enviar um comentário