Diziam os entendidos do IPMA
que o temporal vinha cá para o norte ao fim da tarde deste sábado mas ficou-se por um céu plúmbeo e nem gota de chuva… Como
se, desde o passado inverno, alguma vez ele tivesse ido em demanda de outras
regiões! Desde aí, não tem feito outra coisa senão breves pausas para recuperar o fôlego
e voltar a soprar com toda a força além de despejar cântaros de água na forma de chuva
e muitas vezes, granizo. Hoje, apesar da previsão de sol radioso, o céu
tornou-se cada vez mais escuro e a chuva voltou de mansinho. Se
o temporal, lá fora, se tem revelado violento, não menos rigoroso é o temporal
que há em mim… Um temporal de ventos ciclónicos de raiva por me ver privado da
minha liberdade e fustigado por dores que penso não merecer…
Todo o temporal é assim,
quando menos se esperara, ele desencadeia-se devastador com ventos fortes que
arrasam tudo até mesmo os sonhos mais fortes… e chuva intensa que alaga tudo e cuja
enxurrada arrasta mesmo a mais sólida esperança…
Como todo o temporal, também
o meu começou assim… quando menos se podia esperar, uma valente queda de uma
espreguiçadeira no ginásio cuja cobertura alguém colocara cuidadosamente de
modo a não se notar que estava solta. Eu não sou mau mas desejo que o autor de
tão solícito acto desça de cu um bom lanço de escadas onde quer que as encontre.
Eu não sou mau… mas podia ser melhor!
Resultado, segunda-feira,
passados oito dias da queda, fiquei longas horas no
hospital em observações e exames a tudo e mais alguma coisa! Fizeram o que era
necessário fazer!
Como me dizem, em ar de
consolo, podia ter sido pior! Claro que podia, podia ter partido o osso da
bacia, o tal de coxis ou coisa pior ainda que nem imagino o que seja…
Alegrem-se
os meus amigos e descabelem-se os inimigos porque estou em franca recuperação.
Já me consigo sentar embora por pouco tempo e com alguma dor e a pisadura
começa já a desaparecer. Até a tempestade interior começa também a amainar…!
Como vêm, eu não sou mau…
mas podia ser melhor.
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