A véspera de Natal chegou no
meio de muita azáfama por parte das mulheres cá de casa atarefadas a preparar
todas aquelas gulodices próprias da consoada. Felizmente fomos precavidos e poupámo-nos
à correria da compra de presentes à última da hora. Os presentes para o neto e
familiares mais próximos, foram adquiridos com meses de antecedência. Costumo
avisar sempre que não quero presentes. Prefiro comprá-los ao longo do ano de
acordo com as minhas necessidades e gosto pessoal… Mesmo assim, tive de
presente uma camisola oferecida pela filha e uma camisa que o meu filho trouxe
de França.
Num instante, anoiteceu e foi
chegada a hora da consoada. A família, cada vez em menor número, instalou-se à
mesa (posta por mim) e a ceia decorreu basicamente conforme a tradição, comendo,
conversando e, por fim, a inevitável troca de presentes. Tão de repente como
começou, o Natal acabou… Foi mais uma noite passada essencialmente à mesa com a
diferença da presença do meu filho que mais uma vez veio de Paris passar a
quadra festiva com a família. Decididamente, o Natal já não é o que era. Mesmo
a troca de presentes perdeu aquele encanto do passado. Já não me reporto ao
Natal da minha infância. Basta comparar com o Natal da época em que os meus
filhos eram crianças. Os presentes eram colocados junto da árvore de natal
depois de eles terem adormecido e só na manhã do dia 25 corriam para a sala e eram
surpreendidos com a presença dos presentes. Este Natal, como sempre, o Miguel teve
montes de presentes. Apareceram à porta depois do jantar… pensámos que o Pai
Natal os deixou ali com vergonha de entrar…
Com o amanhecer do dia de Natal
chega aquela onda de nostalgia à medida que se desvanece toda a euforia gerada
na alegria da consoada e assalta-me também a saudade daqueles que já cá não
estão, cuja ausência se faz sentir mais profundamente bem como a saudade de
outros natais…
Tão depressa como chegou, o
Natal já lá vai, aleluia… Não é intrinsecamente o Natal que me desagrada mas o
caos que se instala por todo o lado: são os engarrafamentos, a impaciência dos condutores presos no
trânsito, os estacionamentos superlotados dos shoppings, supermercados, ruas e
centros comerciais apinhados de gente numa
correria desenfreada quais baratas tontas no afã consumista da compra de
presentes…
O teu "Espírito Natalício" só pode ser comparado com o meu!
ResponderEliminarToda a gente sabe que não gosto do Natal, não pelo significado religioso, mas por tudo o resto.
Pelas recordações de outros "natais", pelo trabalho e, muito principalmente, pelas batatas cozidas com bacalhau que uma vez por ano sou obrigada a comer em nome da bendita tradição.
Este foi um dos poucos que passei com alegria com os meus netos (sem perrice, sem pancadaria...)
Será que vou mudar o meu "Não-espírito Natalício?
Gostei principalmente da prenda dos meus netos: uma t-shirt com a fotografia dos três e que dizia "Sou uma super avó".