Nova semana de
escolinha (JI) para o Miguel depois do interregno do fim-de-semana. Como era de
esperar, nova sessão de choro de alguns meninos (e de algumas mães também) mas
o Miguel não… Aguentou estoicamente o recomeço sem verter uma lágrima… Não
deixa de ser curioso que, sendo o ser humano o detentor exclusivo da
extraordinária capacidade de chorar, se esforce tanto por conter esse dilúvio
interior, por inúmeras e variadas razões, … Pode levar dias, meses, anos a
encher a “albufeira” da nossa alma mas chega sempre um dia… aquele dia em que o
“dique” rebenta… Eu me interrogo se merece a pena todo esse esforço e sacrifício
de conter a todo custo esse manancial de amargura ao invés de o deixar
resolver-se naturalmente através das benditas lágrimas… Mas nem sempre é o
momento nem o local próprio nem o sexo adequado (homem não chora)…. O orgulho,
o sentido de conveniência ou a simples necessidade de privacidade para
exteriorizar os nossos sentimentos, levam-nos a percorrer diferentes níveis até
chegar à dita resolução. Perante um acontecimento funesto há o período de
aturdimento… a incredibilidade de que tal possa ter acontecido… Segue-se o
período de aceitação da realidade… e logo depois, a tomada de consciência de
que tal facto aconteceu, é real e imutável o que gera dor, tristeza, nostalgia
(ou seja lá o que for). Forma-se então um nó na garganta, as lágrimas acodem
aos olhos e rolam em torrente alcançando a liberdade há muito desejada…
Há dias assim…
Sem comentários:
Enviar um comentário