“Perdoai-nos
a nossas ofensas assim como nós perdoámos a quem nos tem ofendido,…” reza assim
a oração tantas vezes repetida sem se pensar muito no sentido das palavras. De
facto, perdoar, perdoar mesmo, não é fácil. Se fosse fácil não ousaríamos repetir
tantas vezes e tão levianamente esta oração… Saber perdoar não implica necessariamente
esquecer. Perdoar é complicado, engloba vários sentimentos que se aprendem muito
tarde ou nunca.
Sobre este
tema, Pedro terá perguntado a Jesus quantas vezes deveria perdoar, até 7 vezes?
Ao que Ele respondeu, devemos perdoar 7x70 vezes…, Jesus quis dizer que não
chega perdoar 490 vezes, mas sempre que um pecador se arrependesse.
Não
basta pois dizer que se perdoa uma ofensa mas jamais se esquece. Recorda-se uma
palavra, um simples piscar de olhos, atitudes que ficam gravadas para sempre na
memória. Parece que tudo foi já esquecido e portanto perdoado mas, de quando em
vez, muito de quando em vez, emergem lá do fundo onde se encontram guardados como
como se fossem cometidos no preciso momento. Recorda-se então o fugaz piscar de
olhos, a postura corporal com que foi dita a palavra que nos feriu,…
Pode
afirmar-se que já se perdoou, quando raramente se recorda as ofensas que inexplicavelmente,
já não doem. Mantê-las vivas, só serve para remoer factos que ficaram no
passado, e voltar a sofrer…
Sem comentários:
Enviar um comentário