Como diz o fado
(sabe-se lá), ninguém sabe quando nasce,
pro que nasce uma pessoa. Não se escolhe o local nem a hora de nascimento,
penso eu. Nesse instante, o que interessa é nascer… Isto sou eu a pensar.
Bem sei que, por esse
país fora, há mil recantos de inigualável beleza que ninguém pode nem deve
esquecer sobretudo se é a terra onde se nasceu.
Não esqueço a cidade
onde nasci à qual me ligam sentimentos, uns positivos, outros nem tanto, mas
que o tempo jamais apaga. Foi lá que dei os primeiros passos, onde frequentei as
escolas primárias e vivi durante alguns anos. Nasci em plena cidade do Porto,
numa freguesia situada no centro da cidade.
Ainda hoje, cada vez
que me desloco até lá, redescubro um ou outro pormenor nunca antes visto mas
que lá permanece ao dispor para ser desfrutado por um qualquer turista mais
aventureiro.
Já não existe a casa onde
nasci (nesse tempo nascia-se em casa) e pouco resta da rua que existia em
frente e me levava até ao Rio. O tempo e as necessidades urbanísticas alteram
tudo. O Largo ainda existe, mais pequeno é certo. Aliás, tudo me parecia mais
pequeno do que então era. Não imaginava nesse tempo que era a minha dimensão
que variava e não a dimensão das coisas. Estas conservam ao longo do tempo a
sua real e inemutável dimensão.
O Largo, que na altura
me parecia uma autêntica floresta, afinal não era mais que um simples canteiro
da cidade no dia em que lá voltei em busca de um passado que se perdeu no
tempo.
Resumindo, nasci no
Porto e isso nem eu nem ninguém pode alterar.
Existem coisas de que
gosto e outras, nem tanto. Gosto da Ribeira, das pontes, do Rio que sempre me acompanha,
das francesinhas, das tripas, da Foz e sobretudo do mar.
Não gosto muito desse
sotaque tão próprio da região e que inexplicavelmente se encontrava ausente na minha
família nem tampouco das lembranças que por vezes me assaltam… e de outras
coisas que nem ouso descrever.
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