Tenho
uma estranha relação com o tempo. O tempo, para mim, é algo estranho… às vezes
um dia é quase um ano e um ano por vezes é como se fosse um dia. Direi mesmo
que não tenho a noção do tempo. Não fique a ideia de que sou uma pessoa que não
cumpre horários e esquece datas importantes. Pelo contrário, sou bastante
pontual. A minha pontualidade é quase doentia, não admito chegar atrasado a
qualquer encontro. Sou uma vítima da minha pontualidade e detesto esperar. Como
chego sempre antes da hora marcada, acabo por sofrer longas esperas porque a
maioria das pessoas não são pontuais.
No
entanto se me perguntarem o que fiz ontem. É extremamente difícil para mim enumerar
as minhas atividades do(s) dia(s) anterior(es) como se já tivessem ocorrido há
mais de uma semana. Esta dificuldade em me situar no tempo leva-me a cometer
algumas contradições que podem ser interpretadas como mentiras.
Recordo
factos ocorridos há muitos anos atrás com bastante precisão mas sinto-me
bastante confuso ao recordar factos recentes. Dizem que é sinal de velhice.
Pode ser que seja. Posso argumentar que esta confusão já vem do meu tempo
de juventude. Se esta confusão (in)temporal fosse recente, poderia
preocupar-me a hipótese do Alzheimer. Não fora também não ter conhecimento de nenhum caso
desta doença na família.
Não
conheço nenhuma explicação para esta minha atitude perante o “tempo”. Talvez
Einstein tenha encontrado a resposta na sua teoria da relatividade…
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