O Natal já lá vai. Pelo menos por agora. É
lógico inferir-se que não gosto do “Natal” o que não é verdade. De facto,
apesar da pandemia que alterou radicalmente muitos dos nossos hábitos, paira no
ar uma certa magia que só agrava o sentimento de solidão e a saudade que se
sente, sentimentos agravados pelas ruas desertas devido ao recolhimento e do aconchego
familiar da gente que a frequenta…
Tenho presente na memória outros “natais”, a longínqua
infância, as prendas junto à árvore, quase sempre mais meias ou cachecóis que o
dinheiro não abundava nessa época. A decoração natalícia resumia-se à
tradicional árvore de natal artificial já vista noutros natais. Com o tempo o espírito
natalício foi-se esfumando pouco a pouco e aquela magia própria desta época
deixou de ser espontânea. Mais tarde os filhos e depois os netos reacenderam o
tal espírito natalício mas ficou também a nostalgia dos ausentes…
Inevitavelmente os filhos cresceram, ganharam
asas e voaram para longe do ninho, muitos dos presentes na mesa de natal partiram,
sabe-se lá para onde e muitas vezes sem tempo para se despedirem… São
pensamentos fugazes que ensombram este momento e atrapalham o espírito
natalício que paira no ar.
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