“Gatinho
de Cheshire, o senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo
tomar para sair daqui?”
“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.
“Não me importo muito para onde...”, retrucou Alice.
“Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.
“...contanto que dê em algum lugar”, Alice completou.
(Alice
no País das Maravilhas)
Afinal
não sou só eu que falo com o gato… Confesso que fui influenciado por Lewis
Carrol e a sua maravilhosa obra “Alice no País das Maravilhas”. Há quem não
goste deste livro exatamente pelos mesmos motivos que fazem dele um dos meus livros
favoritos: o nonsense de toda a história e o desafio à imaginação devido à
enorme carga simbólica que encerra.
De
todos os diálogos, foi este que acima reproduzo, aquele que mais me fez
refletir ao longo dos anos. Na minha eterna ansia de partir e nunca me
encontrar bem em nenhum lugar, nunca soube definir para onde queria ir… É óbvio
que quando não se sabe para onde se quer ir, qualquer caminho serve. “..
contanto que dê em algum lugar”. Existem de facto, caminhos sem saída. Tomando
irrefletidamente um desses caminhos corre-se o risco de ficar encurralado num
certo local ou numa dada situação.
"... não importa o caminho que você escolha" "... contanto que dê em algum lugar."
"... não importa o caminho que você escolha" "... contanto que dê em algum lugar."
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