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sexta-feira, 6 de março de 2015

UM CHEIRINHO A PRIMAVERA

É recorrente dizer-se que o tempo passa depressa. Vem isto a propósito de estarmos a alguns dias apenas da primavera. No jardim do condomínio as mimosas começaram já a florir anunciando a chegada da primavera. São sempre as primeiras flores a desabrochar por aqui. Em breve, a manter-se estes lindos dias de sol e temperatura amena, outras flores irão atapetar a berma das estradas, campos e jardins. Por toda a parte já se sente literalmente um cheirinho a primavera… é o odor intenso das mimosas a florir.
Bendito mês de março, o mês das flores…
A propósito transcrevo um poema de Alberto Caeiro (heterónimo de Fernando Pessoa)

Quando Vier a Primavera
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim. 

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é. 

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